quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Assalto e tiroteio em Castelo Branco




Ladrão ameaçou matar-se e pediu última cerveja



LEONOR VELOSO, Castelo Branco
Castelo Branco. Agente da PSP ferido em assalto a ourivesaria Um agente da PSP foi ontem ferido numa tentativa de assalto à mão armada a uma ourivesaria no centro da cidade de Castelo Branco. O assalto ocorreu ontem ao final da tarde e contou ainda com uma fuga e perseguição aparatosas com um dos quatro assaltantes a ameaçar matar-se com uma arma apontada à cabeça -mas ainda assim pediu uma última cerveja. A dona da ourivesaria enfrentou os ladrões.

"Dei-lhe com um ferro no braço, queria fazer-me deitar e eu com os nervos bati-lhe", descreveu Gracinda Nabais, co-proprietária da ourivesaria, momentos antes de entrar num carro patrulha para prestar declarações na PSP. Gracinda estava, com a outra proprietária, a fazer o encerramento da ourivesaria,pouco depois das 19.00, quando alguém bateu à porta e elas abriram.

Ricardo Araújo, uma das testemunhas que se encontrava numa varanda da rua, conta que o indivíduo as ameaçou com uma arma, uma das proprietárias deitou-se no chão e a outra, Gracinda Nabais, terá aproveitado um momento de distracção e acertou-lhe com um ferro na mão. A arma acabou por cair no chão. Segundo contam outras testemunhas, as mulheres fugiram e refugiaram-se num dos cafés ao lado, pedindo ajuda, e o homem fugiu rua abaixo.

Um grupo de polícias à paisana interceptou-o na fuga, e este terá disparado vários tiros, tendo ferido um dos agentes da PSP e acertado em alguns carros. De seguida, o assaltante fugiu para um estacionamento, perseguido pela polícia, onde se barricou junto a um depósito de gás e terá ameaçado fazer explodir o depósito, caso a polícia se aproximasse.

Em directo para a RTP - que, alertada para o sucedido, filmava a cena a partir das traseiras de um ginásio - o indivíduo ameaçou matar-se e pediu uma cerveja, porque dizia que não queria morrer sem beber uma última cerveja. As conversas que os agentes da PSP foram mantendo com o indivíduo surtiram efeito e este acabou por se entregar.

DN, 28 Janeiro 2009
(http://dn.sapo.pt/2009/01/28/cidades/ladrao_ameacou_matarse_e_pediu_ultim.html)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Centauro Portugal quer entrar na América Latina




Os mercados emergentes – a América Latina, África e Ásia –, face à crise que assola o mundo capitalista Ocidental, são estratégicos para muitas pequenas e médias empresas (PME) que basearam o seu crescimento, ganhando quotas no mercado externo, sobretudo o europeu. É o caso concreto da Centauro Internacional, única empresa no País que fabrica componentes para a indústria de refrigeração e ar condicionado e que hoje exporta 43% do que produz na sua fábrica, em Castelo Branco.

A Centauro está fortemente empenhada em negociações com outros parceiros para garantir a sua participação em consórcios na América Latina, investimentos “sensatos”, revela José Ribeiro Henriques, presidente da empresa, mas que “podem garantir a nossa estabilidade durante os próximos anos”.

As estratégias são pensadas “quase diariamente”, dadas as constantes flutuações dos mercados, confidencia o sócio-fundador e presidente da Centauro – o mesmo que há 30 anos (1978) fundou a empresa numa cidade do interior que, na década de 80, ficava a seis horas de Lisboa e a oito do Porto e de Madrid.

“O mundo está de tal forma efervescente que países ricos como a Islândia ou a Noruega, que sempre foram bons mercados, estão como estão. Temos de nos virar para mercados emergentes, unindo esforços com outros parceiros”, sublinha o empresário, lamentando não ter podido receber em mãos o galardão PME Líder, com que a empresa foi distinguida recentemente pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI), no âmbito do Programa FINCRESCE. Sendo, acima de tudo, um homem de negócios e uma vez que a cerimónia coincidiu com a realização de uma feira na Alemanha, o empresário prescindiu de receber o prémio em mãos, para marcar presença no certame. A Centauro fez-se representar pelos membros do conselho de administração, sempre empenhados em estabelecer contactos estratégicos com novos clientes e fornecedores e em conhecer a concorrência e as mais recentes inovações no sector.

Entre as 2100 PME Líder distinguidas este ano pelo IAPMEI, a Centauro destacou-se no ‘ranking’ das 21 empresas portuguesas de diferentes sectores de actividade que mais apostaram na inovação e tecnologia.

A Centauro integrou ambas as comitivas oficiais que este ano se deslocaram à Venezuela, presididas pelo primeiro-ministro, José Sócrates, e pelo ministro da Economia, Manuel Pinho, trazendo em carteira bons contactos e negócios promissores. “O consórcio que está a nascer na Venezuela para uma rede de frio, (supermercados, entrepostos frigoríficos e outros), é muito promissor para a Centauro”. Na mira está um outro consórcio, que abrange toda a América Latina. Mas “o segredo é a alma do negócio”, afirma o sócio-fundador, que não revela em que os novos destinos que tem em mente, enumerando apenas as vantagens de mercados como a América Latina: a língua e a cultura, as reduzidas taxas de impostos e a centralidade de certos países daquele continente.

Com 95 colaboradores, a Centauro Internacional é uma das empresas do grupo Centauro Portugal, SGPS, sediado em Castelo Branco e vocacionado para a concepção, desenvolvimento, fabrico e comercialização de equipamentos destinados à indústria de refrigeração, climatização e ar condicionado.


Modernização reduz factura energética da empresa
Já em 2006, a Centauro recebia o reconhecimento público do ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, que presidiu à cerimónia de inauguração da câmara de pintura da fábrica, estimada em um milhão de euros; apenas uma parte do investimento global de quatro milhões e meio na modernização da fábrica. Nos últimos três anos, a Centauro entrou numa nova fase da sua existência, com a robotização das linhas de produção, uma moderna instalação de lavagem e desengorduramento e secagem dos equipamentos concebida pelos seus técnicos, atingindo assim melhorias significativas de produção e eficiência energética.

O investimento faseado permitiu à Centauro reduzir consideravelmente os seus custos de produção, pondendo hoje enfrentar a crise com mais segurança. “Há três anos, gastávamos mensalmente nove toneladas e meia de gás e conseguimos reduzir para quatro toneladas, gastamos hoje metade da tinta e a factura de electricidade é a mesma que em 2006”, sustenta José Henriques, adiantando que, apesar da crise, o volume de facturação deste ano apenas decresceu 9% realativamente a 2007.

(Reportagem Económica publicada no Diário Económico 2008-10-27)